É costumeiro vincular o amadurecimento do indivíduo a uma análise quantitativa de seu tempo de vida. Costuma-se impor o acatamento àquilo que existe há mais tempo, partindo do princípio de que a passagem do tempo conduz necessariamente à aquisição de sabedoria.
Muitas coisas seriam mais fáceis se as grandes virtudes pudessem, desta mesma forma, ser medidas por critérios matemáticos!
Entretanto, a realidade é bem menos prática: ter muitos anos de vida não é, necessariamente, sinônimo de ter “experiência de vida”; bem como, ter “experiência de vida” não é necessariamente o mesmo que ter maturidade.
O aspecto quantitativo, quando dissociado do qualitativo, perde (ou deixa de ganhar) valor. Assim como discordo que dinheiro seja sinônimo de felicidade, acreditando todavia que dinheiro seja capaz de trazer felicidade, não posso acreditar que a antiguidade, por si só, seja virtuosa. Aquilo que é velho só tem seu mérito quando o processo de velhice foi acompanhado pela observação e valoração de tudo que aconteceu durante o tempo levado para chegar a ser velho.
“Bengalas são provas de idade, e não de prudência.”
“Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice.”
(Platão, no "Mito da Caverna", do livro "A república")
Nenhum comentário:
Postar um comentário