Às vezes, quando a vida real não te agrada tanto quanto você gostaria, você se refugia no seu mundinho de fantasias... Mas, quando nem mesmo as fantasias têm sido capazes de trazer algum tipo de satisfação, é hora de tentar buscar refúgio na realidade.
Só não fique iludindo a si mesmo, tirando suas próprias conclusões sobre coisas que poderiam ter acontecido ou sobre o que poderiam ter significado... Não existe nada além do que realmente existe. Não se deixe enganar pela forma como tudo isso tem afetado sua cabeça.
A vida real pode ser bem legal se você não esperar tanto dela, e pode trazer alegria verdadeira se você se dispuser a aceitá-la como é e lutar para que seja melhor. Mas, para isso, primeiro é necessário que você decida vivê-la efetivamente.
Um comentário:
Ana,
como você sabe, frequento o seu blog há algum tempo. Eu gostaria de comentar mais, de conhecer de fato os seus conflitos e, quem sabe, poder aceitar o convite de participar da sua vida através do seu blog. Mas sinto que cada palavra sua parece esconder os conflitos da situação concreta, e acho que é muita responsabilidade opinar no escuro. Talvez você prefira assim, já que é tão difícil ser compreendido. Mas tento entender porque essa ambivalência comunicativa se dá em um blog.
Sei como é difícil expor a nossa intimidade, mas acho que mesmo sem dar nomes é possível oferecer mais circunstâncias aqueles que encontram o seu blog.
Gosto de ler o que você escreve e posso senti-la sem conhece-la, mas ao acompanha-la sinto que ando em círculos. O enigma muitas vezes só representa uma forma de repisar um ponto de vista. Os enigmas afastam, porque em geral as pessoas querem ser convidadas a conhecerem você, e essa entrega recíproca normalmente é o oposto da proteção.
Ao contrário da impressão que você achou passar (em outro post), você parece ser uma pessoa hiper-controlada, o que pode ser negativo justamente no tema que mais tem motivado os seus escritos. Ao ser muito dura com você, você também tende a ser muito dura com os outros.
Nós temos uma dimensão corporal pulsante que não se opõe necessariamente à espiritualidade. A oposição tradicional entre paixão e razão (e paixão e amor) pode ser uma armadilha para o pensamento. Hegel disse que nenhuma grande coisa foi feita sem paixão. E a paixão pela vida não se reduz à paixão por alguém idealizado. Entre duas pessoas o que funciona é a afinidade, o único vínculo que pode sobreviver ao desencanto com as aparências.
Sei como é estar obcecado pelo tema da paixão. Mas imagine se o amor dependesse de teorias filosóficas...o amor é justamente o que não depende disso. O amor só acontece aos distraídos, pra terminar com um clichê.
Desculpe a intromissão na sua vida, mas interpretei o seu blog como um convite e aceitei o risco de tatear no escuro.
M.
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