segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Paixão por baixos




Há tempos atrás, eu era apaixonada pelo som da guitarra. Achava irreverente, chamativo, expressivo. Ainda acho. Recentemente, porém, pude constatar que há também beleza e encanto onde o mistério e a discrição imperam menos que o alarde.

Há algo de misterioso em músicos que tocam baixo. São geralmente mais sutis, poderia até dizer que são sofisticados. Acho muito bonita a forma como é tocado o baixo: com dedilhadas leves, despretensiosas, e até mesmo o som emitido é despretensioso, e tem seu charme justamente por ser assim.

O baixo é elegante, sempre, até quando quer ser agressivo. Sua sonoridade é limitada (só emite notas graves), e por ser assim, nunca ultrapassa as barreiras da sutileza. Nunca chega a ser estridente, como a guitarra ou certos instrumentos de sopro. Não que eu não goste deles... Eu adoro, admiro todos os instrumentos, gosto mesmo de barulho e de escândalo sonoro, mas não tenho como negar que sinto-me bem mais intrigada com coisas que não se entregam de todo, que mantêm-se enigmáticas, quase ocultas. 

Na maioria das vezes, é preciso escutar com atenção para detectar o som do baixo em meio a uma canção. Não por acaso ele foi batizado assim. As notas do baixo ao fundo de uma miscelânea de instrumentos é quase como o brado de alguém que quer se mostrar, mas não transpõe os limites da própria singeleza. O baixo não tenta competir com a guitarra e tampouco almeja sobressair-se aos vocais, à bateria ou ao teclado. Mesmo que tentasse, não conseguiria. Sua beleza está em ser menos; em ser misterioso, sofisticado. Nem todos sabem apreciar isso. Mas as belezas mais plenas residem justamente nas coisas que não estão ao alcance das maiorias.

E, para o fim deste texto, gostaria de destacar algumas canções nas quais o baixo tem participação abrilhantadora, e deixar meus parabéns aos músicos que tocam nos vídeos abaixo:


http://www.youtube.com/watch?v=_InmaXHUJsQ
http://www.youtube.com/watch?v=dWKmu0B17pI&feature=related
Mas o mais justo seria parabenizar a todos os baixistas do Brasil e do mundo. Não quero citar nomes pois confesso que não aprofundei minha pesquisa. Restringi-me a deixar-me fascinar pelo som. 


Ainda assim, não posso deixar de fazer uma honrosa menção àquele que me introduziu às maravilhas deste instrumento tão fascinante, àquele que integra a banda mais sensacional que meus sentidos já puderam conhecer, e cuja cadeira cativa em minhas preferências provavelmente jamais será tirada, ainda que algum dia eu me aprofunde em conhecer a obra de outros baixistas excelentes: Tony Kanal, baixista do No Doubt.




2 comentários:

Anônimo disse...

Pesquisa por two hands em baixo, acho que vc vai gostar ;)

Anônimo disse...

Pesquisa por two hand em baixo, acho q vc vai gostar :)