quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

As gerações: Parte 2

"Cada geração culpa a anterior
E todas as suas frustrações vão bater à sua porta...

Eu sei que eu sou um prisioneiro de tudo que meu pai defendeu tão fervorosamente
Eu sei que sou um refém, para todas as suas esperanças e medos
Eu só queria ter dito a ele enquanto ele ainda era vivo...

Pedaços de papéis amassados, cheios de pensamentos imperfeitos...
Conversas interrompidas... São tudo o que tivemos

Você diz que simplesmente não compreende, ele diz que faz sentido
Você simplesmente não consegue chegar concordar com esta tese
Nós todos falamos em línguas diferentes, falando na defensiva

Diga alto, diga claro
Podemos escutar tão bem quanto você
Quando morrermos, será tarde para admitir não que não nos encaramos olho no olho

Assim, abramos uma discussão entre o presente e o passado
E apenas sacrificamos o futuro, e a amargura é que prevalece

Portanto, não ligue para a sorte que às vezes você vê como destino
Pode haver uma nova perspectiva, em um dia diferente
E se você não desistir, e não ceder, tudo pode dar certo..."
("The living years", Mike and The Mechanics)



O ser humano precisa ter senso crítico em relação à criação que recebeu e aos conceitos que assimilou ao longo da vida para não repetir os mesmos erros de seus antepassados. Trata-se de uma postura que envolve, primeiramente, uma análise, e posteriormente, uma mudança de atitude. 

Entretanto, tomada a decisão de mudar o que for possível, de acordo com o aprendizado adquirido da supra citada análise, faz-se necessário ter cautela para não machucarmos estas mesmas pessoas que nos proporcionaram este aprendizado...  A mudança de atitude deve ser feita olhando para a frente, e não para trás.


"Você culpa seus pais por tudo... Isso é absurdo! São crianças como você!"
("Pais e filhos", Legião Urbana)


Nossos pais não são tão culpados quanto pensamos... Apenas fizeram o que pensavam ser a coisa certa. E, se erraram, o tempo já os disse. Se não aprenderam com o erro, um dia aprenderão. Quanto aos filhos, quando chegarem suas oportunidades de serem pais, devem copiar, do modelo de criação recebida, aquilo que concordam, e fazer diferente, quanto ao que não concordam. Cada um tem a responsabilidade e a autonomia de conduzir sua vida e a vida de seus dependentes da maneira que achar melhor... O importante é realmente estar comprometido a dar o melhor de si. 

Uma vez que nos esforçarmos ao máximo para fazer as coisas certas, não nos sentiremos culpados caso fracassemos... Afinal, fizemos o que podíamos. Nossos pais fizeram conosco o que puderam. 

É insensível e imaturo, de nossa parte, jogar em nossos antepassados a culpa pelas coisas que deram errado em nossas vidas. Devemos ser gratos pela oportunidade que tivemos de aprender com eles: seja por aprendermos o que é bom, ou por aprendermos o que não se deve fazer. 

Por uma ótica cômica e trágica ao mesmo tempo, podemos dizer que fomos as "cobaias" deles, e que servimos de experiência. Da mesma forma, nossos filhos serão as nossas experiências. Mas, por outro lado, pensemos também que, se cada geração se dedicar a educar a próxima de uma forma melhor que a anterior, progressivamente a humanidade estará evoluindo...

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