quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ninguém precisa saber

Que importa se ninguém vê, se ninguém sabe, se não contamos? Muitas das melhores coisas da vida estão escondidas... Muitas das mais lindas histórias jamais chegaram aos ouvidos do público.

Isto é nosso e ninguém precisa saber. Não será menos grandioso apenas porque não está sendo compartilhado, pois o fato é que, ainda que eu guarde este segredo comigo por vidas a fio, não há como negar que o mundo inteiro se beneficiou disso. Afinal, o que é verdadeiro nunca se perde, e se a troca de amor faz de mim e de você pessoas melhores, então todos que convivem conosco estão convivendo com pessoas melhores e de alguma forma isso torna o mundo melhor. 

O que realmente importa é o que se tem, e não o que os outros vêem ou pensam que se tem. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Passado vivo, futuro aguardado

Não há nada de errado em alimentar-se das lembranças quando se tem a certeza de que tudo que foi dito, feito e sentido permanece verdadeiro.

Não vou me maltratar com paranoias e suposições ilógicas: a verdade é que nada mudou. O que era ontem ainda o é hoje. Não preciso que seja reafirmado, não preciso de novas provas, não preciso que me confirmem. Posso me refugiar no passado, sem medo, porque sei que ele coincide com o presente.

Lembro-me, achando graça, das inseguranças que um dia tive. Mais tarde, de alguma forma ou de outra, o tempo sempre me trazia a confirmação que eu esperava, a vida sempre me mostrava que eu estava errada por duvidar, o universo sempre conspirava para me fazer entender que os planos de Deus eram muito maiores que a minha fraqueza. Certamente, ao me permitir sofrer um pouco, Deus estava me dando a oportunidade de me fortalecer para saber receber as bênçãos que ainda viriam. Ao me permitir duvidar, estava testando minha fé. E ao me fazer ter que esperar, estava me preparando para algo muito melhor.

E esse algo veio... E valeu a pena esperar. E vai vir outra vez, eu sei. E a cada nova vez será ainda melhor que a anterior. Há simplesmente sinais demais para serem ignorados; nenhum novo hoje, talvez apenas o de sempre ou até mesmo nada para ser somado... Mas tudo que já foi, tudo que já veio, tudo que quando se soma forma um todo tão verdadeiro, é simplesmente significante demais para não significar nada.


"Tudo que acontece uma vez poderá nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, certamente acontecerá uma terceira." (Provérbio árabe)

Amor e orgulho




"Eu sei que não tenho nada a perder, mas seu silêncio é que me sufoca..."
 

Talvez seja porque eu acredite que você não saberá lidar com a verdade, ou talvez porque eu apenas esteja com receio de não saber dizê-la sem ser rude... Mas o fato é que as razões que tenho para permanecer calada são bem maiores que as que tenho para ser sincera.

Chame de orgulho, insegurança, medo, chame isso da forma que você quiser; é fácil, para você, criticar, pois não é você quem não está na posição de se expor sem poder esperar nada em troca. É fácil cobrar honestidade quando só se oferece o silêncio; é fácil cobrar atitude e permanecer inerte. Sei que não posso exigir muito de você (não posso e não devo, pois o amor verdadeiro nada exige), mas em minha defesa, devo dizer que não é nem um pouco confortável falar sobre sentimentos sem receber um feedback.

Você só me dá o suficiente para me fazer crer que devo dar tudo de mim, mas eu sou calculista e não dou. Sou sincera, mas sou reticente. Falo a verdade, mas não falo tudo. Não me subestime. Eu estou sempre no controle da situação. E quando digo que cansei de joguinhos, talvez eu mesma esteja também jogando um jogo.

No fim das contas, nós dois perdemos. Se às claras já há espaço para as falhas, maior ainda há quando ninguém é explícito. Nenhum de nós está sendo completamente honesto e isso implica na possibilidade de algum dos dois estar interpretando tudo errado. Estamos em uma sala escura, tentando dar as mãos, tentando nos achar. Um de nós é orgulhoso demais para dar instruções, e o outro é pior ainda, porque dá instruções incompletas. No fim das contas, ninguém se acha.