segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O que nos impede de sermos quem realmente queremos ser?

(Quinn Fabray, personagem de Dianna Agron em Glee, no 11º episódio da 3ª temporada)








Embora saibamos quais são as coisas que queremos, muitas vezes não sabemos qual a pessoa que queremos ser. É uma reflexão de grande importância, pois é possível que alguns de nossos desejos não sejam compatíveis com o nosso projeto de ser humano.

Porém, a reflexão não para por aí. Ser quem você quer ser nem sempre se trata apenas de encarnar o personagem, vestir a camisa e passar a agir como o seu alter ego, na expectativa de que, com o tempo, você se converta nele e deixe para trás aquele 'eu' do qual você não se orgulha tanto. Por vezes, há circunstâncias em nossas vidas que atrapalham o nosso propósito. 

E aí vêm as perguntas nas quais hoje despertei pensando: o que é que nos impede de sermos quem realmente queremos ser? Quais fatores mais dificultam a concretização de nosso planos: os externos ou os que provêm de nós mesmos? Como lidar com estes empecilhos? É preciso abandonar um determinado contexto para começar a colocar em prática algum projeto? Ou é possível obter sucesso mesmo estando em uma situação que insiste em nos compelir a continuar sendo como somos?

Lembro-me de uma pessoa conhecida que foi embora do Brasil. Ela dizia: "Preciso ir para outro lugar, aqui eu nunca vou conseguir ser o que quero, fazer o que pretendo". Na época, apesar de ter ficado feliz pela animação da pessoa, eu julguei que ela estava indo embora pelos motivos errados. Acreditava que não era preciso sair do país para fazer com que tudo fosse diferente. Hoje, muitos anos depois, ainda não sei se posso julgá-la. De fato, o elemento externo pode sim dificultar muitas coisas, pois há coisas que não se pode mudar (ou ao menos não tanto quanto seria necessário para o êxito de nossas metas). De outra plana, também não se pode negar que com boa vontade e determinação é possível transformar a própria vida sem necessariamente mudar-se do local em que você vive. Contudo, a questão é: como identificar qual a alternativa em que nos encaixamos?

Também conheço pessoas que se encontravam inseridas em um contexto no qual a sociedade, as tradições, a cultura e todas as demais peculiaridades daquele local e das pessoas que nele viviam, insistiam em empurrá-las para um estilo de vida oposto daquilo que elas almejavam para si mesmas; e, ainda assim, elas conseguiram fazer a diferença - talvez não de uma maneira revolucionária ou completa, mas naqueles casos, mesmo pequenas conquistas já eram grandes vitórias. 

Há um preço caro a ser pago, seja qual for a opção que façamos. Todavia, é uma questão de escolha, e toda escolha implica em riscos e renúncias. Escolher é uma loteria: agimos com toda a intenção de dar certo e colher os frutos, mas às vezes pode dar errado.

Ainda com estes questionamentos na cabeça, deparo-me com uma frase da atleta Nicole Eccel no Facebook: "A diferença entre quem você é e quem você quer ser, é o que você faz". 

E cada vez mais me convenço de que o caminho é esse mesmo: atitude, sem que importe o local, o contexto, as pessoas ou as tradições. Seja na situação mais propícia ou na de maior descrença, nada vai mudar se não mudarmos nosso jeito de agir. Ainda que as condições sejam as piores, se extrairmos o conceito do plano ideológico e passarmos para o plano concreto, conseguiremos algum resultado - em condições favoráveis, então, conseguiremos resultados melhores ainda.

Creio que o pior remorso de todos é aquele que se funda na decepção para consigo próprio. E é por isto que, independentemente da situação em que estamos, é sempre recomendável que façamos tudo que estiver a nosso alcance. Afinal, não podemos nos culpar pelos fatores externos que se impuseram no meio de nossa caminhada, mas quanto à nossa própria postura, o sentimento de culpa não somente é possível como pode ser atordoante. 

Trata-se de uma decisão que, em algum momento de nossas vidas, precisará ser tomada: ou agimos e colocamos em prática os nossos planos, ou todas estas circunstâncias externas sobre as quais falei conseguirão nos transformar naquilo que elas querem. 

É preciso olhar para frente, aprender com os erros do passado e lutar pelo nosso futuro. Ele chegará, inevitavelmente; mas pode ser bem melhor, de acordo com o que fizermos no presente.

E uma observação final a quem ainda está estagnado sofrendo em razão do tempo perdido e das chances desperdiçadas: refletir sobre o que deu errado é importante para evitar incorrer nas mesmas faltas, mas uma vez feita a reflexão, é preciso partir para a ação; caso contrário, o tempo gasto com o martírio tornar-se-á mais tempo perdido e mais chances desperdiçadas.

Vou deixar, novamente, para a Quinn Fabray trazer a mensagem, e fechar este texto com chave de ouro:

"Eu passei tanto tempo me odiando pelos estúpidos erros que cometi, mas a verdade é que sem todos estes erros eu jamais haveria sonhado que esse é o meu futuro. Eu era a única pessoa me colocando no meio do meu próprio caminho. Você não pode mudar o passado, mas pode deixá-lo para trás e começar o seu futuro." (Glee 3x11)



Créditos dos gifs: http://leass-michele.tumblr.com 

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei,simplismente perfeito.