domingo, 28 de agosto de 2011

No Doubt: uma declaração de amor



Você sabe que algo ou alguém é o amor da sua vida quando é capaz de se apaixonar e reapaixonar por ele/ela várias vezes, ao longo de vários anos, e ainda assim não sobeja aquela sensação de que é apenas uma paixão. Pois bem, esta é a natureza do meu relacionamento com a banda californiana No Doubt.

Entre tantos artistas e conjuntos musicais neste planeta, em todos os tempos, só eles poderiam ser os meus favoritos. Simplesmente porque não há nenhuma outra banda que seja tantas coisas ao mesmo tempo, exatamente como eu sou. Eles são eu, em forma de música.

Como classificar o som do No Doubt? Pode-se dizer que são uma banda de rock, mas dizer que eles tocam apenas rock'n'roll seria minimizar sua obra. Em suas músicas contidas nos 5 álbuns de estúdio (eu tenho todos, é claro!), ademais das que nunca foram lançadas oficialmente (quanto ouro guardado!), é possível verificar influências fortíssimas de reggae e ska, mas também de new wave, pop, dance e, se esquadrinharmos com afinco, acharemos até uma lasquinha de disco music e jazz (aos fãs com mentalidade mais preconceituosa, para me defender eu cito "You can do it" e "That's just me", respectivamente). Até aquele estilo musical inominado que serve de trilha sonora para filmes mudos dos anos 20, é possível de ser encontrado em algumas canções, como "Sad for me" (típica) e "Excuse me mr.".

Nossa história de amor começa em 2002 - foi paixão à primeira vista, e amor a longo prazo -, com os videoclipes de "Hey baby" e "Spiderwebs", que só me fizeram ver que esse fascínio já vinha de muito antes. É claro que eu já tinha ouvido "Don't speak" quando era criança, a canção tinha estourado em 1997, mas até então não tinha ligado uma coisa à outra. Aquele som louquíssimo e aquela cantora linda e estilosa aguçaram em mim a vontade de procurar saber mais sobre a banda. 

Eu tinha 12 anos e um coraçãozinho impressionável, porém exigente, pronto para recepcionar uma novidade. Enfim, eu era jovem e livre, estava em condições mais que propícias para amar alguma coisa que se mostrasse totalmente compatível comigo, com o que eu era, ou com o que eu achava que era - aos 12 anos de idade não se pode ter certeza. Pois bem, o No Doubt mostrou ser capaz de assentar-se ao meu ser em qualquer época, em qualquer situação; afinal, quase uma década se passou e a admiração ainda dura. 

Desde que a vida se encarregou de nos apresentar uma à outra, meu amor pela banda suportou uma fase de modismo, anos de inércia e até uma bem sucedida carreira solo de Gwen Stefani. Nada foi capaz de me fazer colocar outra em seu lugar. É a minha favorita, desde sempre. 



Como não amar as performances e a personalidade da lindíssima Gwen Stefani, com sua voz incrível e presença de palco absoluta? Ou as suas brincadeirinhas com Tony Kanal? E o estilo todo misterioso dele dedilhar seu baixo, com notas inteligentes, lindas, acrescendo a cada canção uma contribuição fundamental... Como não se deixar contagiar pela alegria e irreverência de Adrian, com suas maluquices, fazendo com que ele se destaque mesmo estando sempre atrás da bateria? E como não amar a guitarra vibrante de Tom Dumont, responsável pelos riffs inconfundíveis que marcam todos os sucessos da banda? E eu, que sou tão alucinada por instrumentos de sopro, como não poderia amar os metais estridentes de Stephen Bradley e Gabrial McNair?


Como não amar estas músicas? Eu nunca havia ouvido nada igual. É tão... tudo! Tudo de bom. Tudo ao mesmo tempo. Indefinível. 


Eles são imbatíveis: nas composições, no estilo, nos estúdios e nos palcos... Enfim, na união de tudo. Na união deles consigo mesmos. 


Se a análise da discografia de uma banda é capaz de demonstrar a evolução de sua obra ao longo do tempo, no que diz respeito ao No Doubt é inadequado falar em "evolução". Eles foram extraordinários desde o princípio.


Começaram em 1992 com um auto entitulado álbum de ska frenético, pura juvenilidade, até mesmo porque todos os membros da banda eram ainda muito jovens. Depois veio o álbum independente "Beacon Street Collection", em 1995, uma miscelânea de ritmos e emoções, da raiva ao melodrama, passando pela alegria e pela irreverência. 


No mesmo ano, veio o responsável pelo catapultamento ao estrelato: "Tragic Kingdom", com toda aquela vibe noventista, um som meio  hardcore, rebelde, vivo.


Cinco anos depois, o rock sofisticado e introverso do "Return of Saturn", o álbum com mais baladas, refletindo a fase pela qual a banda passava, em especial Gwen Stefani. E por último, "Rock Steady", o qual muitos injustamente ainda consideram "a prova do crime", o momento em que o No Doubt "se vendeu". Como se o tempo inteiro eles não tivessem deixado nenhuma brecha para a música pop! 


Impossível classificar qual o melhor álbum ou a melhor música. Cada um, cada uma, assume um significado único e especial na vida de quem escuta e de quem se permite deixar-se encantar por esse universo de possibilidades. A música que o No Doubt faz é ilimitada, indeterminada, infinita.


"Greener pastures" foi meu hino por anos... Como é possível que Gwen e Tony tenham escrito uma música sobre mim antes mesmo de me conhecerem?


"Spiderwebs" é a coisa mais maluca e enérgica que eu já escutei, uma mistura de reggae e rock que me deixou em transe! Quando a ouvi pela primeira vez, de imediato eu já a decretei como a minha música favorita de todos os tempos, e foi ela que me levou a procurar outras músicas da banda. 


"Hey baby" foi um vício, foi a minha forma de tentar convencer os alienados musicais de que o No Doubt era uma grande banda. Mas hoje vejo como fui estúpida em me preocupar com isso! O significado que eles assumem para mim é único, e o que se criou entre nós é algo que dificilmente poderá ser transmitido aos outros, nem mesmo por meio destas palavras que escrevo agora, pois nada, nada, nada consegue explicar a identificação que eu sinto pelo conjunto da obra do No Doubt!








E agora, em 2011, eles lançam um novo álbum de inéditas. Pois bem, eu devo dizer que não são necessários recursos para manter viva a minha idolatria, mas qualquer um deles é sempre muito bem vindo. Que venha o novo disco! Os ouvidos e o coração estão a postos, fiéis e ansiosos, esperando.

Um comentário:

Anônimo disse...

You pretty much said what i could not effectively communicate. +1

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