terça-feira, 23 de agosto de 2011

Voando com os pés no chão


"There's a wild, wild whisper
Blowin' in the wind
Callin' out my name
Like a long lost friend
Oh, I miss those days
As the years go by
Oh, nothin' sweeter than summertime...

Get caught in the race of this crazy life
Tryin' to be everything
Can make you lose your mind
I just wanna go back in time..."


"Há um selvagem sussurro
Soprando no vento
Chamando meu nome
Como um amigo perdido
Oh, eu sinto falta daqueles dias
Como os anos passam
Oh, nada é mais doce que o tempo de verão...

Entrar na corrida dessa vida louca
Tentar ser tudo
Pode fazer você perder a cabeça
Eu só quero voltar no tempo..."


("American honey",  Lady Antebellum)




Entre uma petição e outra, hoje pela manhã resolvi assistir um pouquinho de MTV. Há quanto tempo eu não assistia! MTV me remete ao início da minha adolescência, quando eu podia assistir TV à vontade, e ainda sobrava tempo para estudar, ler, escrever e alimentar todos os meus outros vícios, todos relacionados à arte, cultura e entretenimento. 

Sim, eu fui uma dessas garotas que passou praticamente a infância e adolescência inteiras dentro de casa, atolada entre livros didáticos e paradidáticos, caderninhos de poesia, CDs, fitas VHS, computador e televisão. E por mais que eu não discorde de quem diz que uma criança saudável precisa brincar na rua, realizar atividades ao ar livre e se relacionar com outras crianças, devo dizer que se pudesse voltar atrás, faria tudo outra vez. Não me arrependo nem um pouco da forma como vivi todos aqueles anos; pelo contrário, sinto grande saudade de tudo aquilo.


Peixes com ascendente em gêmeos e DDA (ou TDAH, como preferem chamar hoje) são uma combinação explosiva, ideal para fazer com que o simples colorido de uma programação me mantenha com os olhos pregados em um livro de Processo Penal e a mente totalmente submersa em deja vus, trazendo à tona as lembranças de velhos tempos em que se podia exercer livremente tudo que nos encanta e inspira.


Engraçada a forma como eu costumo descrever-me para mim mesma como uma pessoa que preza pela estabilidade e gosta de rotina, mas ao mesmo tempo, como alguém que precisa de um pouco de fantasia para viver. Talvez a minha ideia perfeita de felicidade seria esta: uma realidade boa e tranquila, com pequenos insights de sonho e magia.


No fim das contas, é isso que eu sou: gosto de saber onde estou pisando, mas de vez em quando, permito-me voar um pouco. Só consigo ser feliz quando reunidas essas duas condições: pés no chão e um pouquinho de imaginação. Ademais de condição para a minha felicidade, essa combinação constitui também uma receita.







Eis uma canção com a qual me identifico plenamente, e cuja essência descreve muito bem a minha própria essência. Em uma discussão a respeito de sua letra, na comunidade do orkut "Analisando Kid Abelha", a participante Livinha interpretou-a concluindo que "Vencer a realidade com a imaginação, se prendendo nas coisas simples, pode trazer a felicidade".


Uma vida inteiramente baseada em sonhos soa utópica e imatura demais para mim. Por outro lado, uma sucessão de atos cotidianos que se resumem em si próprios parece-me cansativo e insensível. Então, por que não ter os dois?


E, pensando bem, não é exatamente assim que a minha vida está agora? Por isso me sinto feliz. Fica fácil ser feliz assim. Não tenho do que me queixar, graças a Deus.


Adoro estar onde estou, adoro as circunstâncias da minha vida. Até ouso dizer que tenho orgulho do que me tornei, orgulho dos planos que faço para o meu futuro. É certo que, em alguns momentos, sinto-me cansada; mas, para estes momentos, sempre tenho minha válvula de escape; sempre posso contar com minha imaginação e com um pouquinho da magia que encontro em pequenos detalhes do dia a dia: um sorriso, um cheiro, uma cor, uma roupa, um poema, um trecho de música, ou até mesmo assistir um pouquinho de MTV.

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