segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Absorvendo a beleza do mundo

Há coisas que realmente não podem ser levadas conosco dentro do caixão quando morremos; e mesmo para as próximas vidas, algumas coisas simplesmente não podem ser levadas. 

Então, o que fazer com toda a beleza do mundo? Onde fica tudo de belo e incrível que absorvemos das paisagens, das boas músicas, dos bons livros? O que fazer com tudo isso? 

Sei que nada é por acaso. Algumas manifestações não passam do exercício da liberdade de expressão de pessoas que não têm muito a acrescentar ao mundo; outrossim, algumas belezas nada mais são que um demonstrativo da perfeição de Deus... Porém, há coisas que realmente nos tocam de tal forma que tornam muito difícil acreditar que não se destinam a um propósito maior.

Qual o sentido de apreciar a graça, o sentimento, a genialidade? De que forma estas impressões arquivam-se em nosso perispírito? O que faço com toda a beleza do mundo? Como a armazeno em minha alma? Eu quero entender. 

Vejamos.

- León Denis, no livro "O Espiritismo na arte", afirma que "a arte é, por si mesma, plena de ensinamentos, de revelações, de luz. Ela arrasta a alma em direção às regiões da vida espiritual, que é a verdadeira vida, e que a alma anseia tornar a encontrar um dia".
- Emmanuel, no livro "Roteiro" (psicografia de Chico Xavier), afirma que "nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes" "se expressam fielmente" em nosso perispírito. 
- Manoel Philomeno de Miranda, no livro "Temas da vida e da morte" (psicografia de Divaldo Pereira Franco), afirma que "todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição", e ainda, que "saúde e enfermidade, beleza e feiúra, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas". 


A beleza das coisas seria, portanto, algo como uma forma de contágio, uma mensagem em código que, uma vez assimilada, atua como transmissora de vibrações, vibrações estas que se imprimem em nosso perispírito e, por conseguinte, moldam nossa constituição e são doravante levadas conosco. O amor, o carinho, a tristeza, a decepção, ou mesmo o ódio ou a raiva: são vibrações codificadas por meio de palavras, acordes, melodias, cores ou nuances, e que chegam até nós por meio da arte de quem as emite. Apreciada a arte, está feita a transferência, e a vibração chega até nós, ainda que não nos apercebamos. 

A emoção e o pensamento são matéria (ainda que muito diferente da matéria física, concreta, que conhecemos), constituem energia, e... 

Imagem também extraída do site
http://www.espirito.org.br/portal/palestras/carlos-parchen/
pensamento/pensamento.html
"O ser humano absorve energias das mais diversas, de forma automática, e as metaboliza em sua estrutura energética, que o espiritismo denomina de perispírito. Essa absorção e metabolização, faz parte normal do funcionamento do complexo humano, ocorrendo de maneira automática, ou seja, é um processo inconsciente ou transparente, numa linguagem mais moderna, que ocorre independente da percepção ou decisão voluntária da pessoa." (Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/palestras/carlos-parchen/pensamento/pensamento.html).

É uma explicação simplória para um tema complexo, que merece estudo mais aprofundado; mas, por ora, é suficiente para chegar a uma conclusão: a essência por trás das coisas não se perde.  



"Longe, lá de longe

De onde toda a beleza do mundo se esconde
Mande para ontem uma voz que se expanda e suspenda esse instante..."
('Lá de longe', Tribalistas)

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