quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

As gerações: Parte 1

"Não quero lhe falar, meu grande amor, d
as coisas que aprendi n
os discos...

Quero lhe contar como eu vivi, e  tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é  
menor do que a vida d
e qualquer pessoa...


Por isso, cuidado, meu bem! 
Há perigo na esquina...
Eles venceram e o sinal está fechado para nós, q
ue somos jovens...

Para abraçar seu irmão e
 beijar sua menina na rua é
 que se fez o seu braço, o
 seu lábio e a sua voz...


Você me pergunta pela minha paixão

Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração...

Já faz tempo, eu vi você na rua

Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória, essa lembrança é 
o quadro que dói mais...


Minha dor é perceber que apesar de termos f
eito tudo o que fizemos, a
inda somos os mesmos, e
 vivemos como nossos pais...



Nossos ídolos ainda são os mesmos e
 as aparências n
ão enganam, não


Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém...
Você pode até dizer que eu tô por fora o
u então q
ue eu tô inventando...



Mas é você que ama o passado e
 que não vê que o novo sempre vem...


Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e  juventude tá em casa, guardado por Deus, contando  vil metal...


Minha dor é perceber que apesar de termos f
eito tudo o que fizemos, a
inda somos os mesmos, e
 vivemos como nossos pais..."


("Como nosso pais", Belchior)





Cada geração se vangloria de ter algo que as anteriores não tinham... O que será esse "algo" que a nossa tem a oferecer para as gerações do futuro? Será que, dentro de alguns anos, nós nos tornaremos este tipo de pessoa que utiliza a nostalgia como justificativa, que se recusa a aceitar as mudanças? Quantos erros a humanidade permanece cometendo apenas por teimosia...? Quanta coisa ruim poderia ser evitada se ao menos não fôssemos tão tolos de nos agarrar aos preceitos antigos, mesmo que eles sejam comprovadamente ineficazes! 

Assim como ouvimos nossos antecessores dizerem que o mundo de hoje está perdido, certamente eles ouviram o mesmo dos seus quando tinham a nossa idade. É preciso tomar cuidado para não nos tornarmos prisioneiros de uma única visão de mundo: a nossa. 

É preciso ter a consciência de que "o novo sempre vem", e é preciso estar, no mínimo, receptivo às mudanças pelas quais a sociedade passa... Caso contrário, no futuro, poderemos nos arrepender dos erros que cometemos sob o pretexto de preservar uma antiga mentalidade... Em síntese, poderemos nos arrepender de, mesmo depois de tanta luta, continuarmos "os mesmos", e "vivendo como nossos pais".

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