Aqui no Brasil não temos essa cultura de realizar bailes de formatura no colegial, mas quem adora cultura pop norte americana (como eu!) já é bem familiarizado com a situação: ao fim do ano, nas escolas, realiza-se o baile, aquela noite com a qual os adolescentes passam o ano todo sonhando. As meninas se arrumam de forma bonita e sonham em ser coroadas rainhas do baile. Ir bem acompanhada, chegar de limosine, usar um vestido incrível, tudo isso é sinal de status para elas. Já os meninos sonham em perder a virgindade com a acompanhante após a festa.
O baile de formatura em Glee |
No vigésimo episódio da segunda temporada de Glee, tivemos o tão esperado baile! Foi um episódio de puro entretenimento e algumas cenas de grande comoção, tudo isso aliado a incríveis performances, desse jeito que Glee sabe fazer muito bem.
Todo o episódio em si foi maravilhoso, mas as cenas envolvendo o baile, em especial, não deixaram nada a desejar àqueles que sabem o que esperar deste tipo de situação: nos filmes juvenis americanos, o baile é sempre o momento em que ocorrem os desfechos dos dilemas amorosos, as grandes cenas, o grande clímax. Em Glee, tivemos vários momentos deste tipo, com a ressalva, é claro, de que nem tudo foi resolvido no próprio baile... Não só porque ainda temos dois episódios em vista, para esta temporada, mas também porque, tal qual na vida real, em Glee certas coisas não se resolvem de forma tão simples e teatral.
O mais legal foi que o episódio conseguiu passar toda a euforia que os bailes provocam nos adolescentes. Praticamente consegui me sentir naquela situação: a alegria, a vontade de dançar, a adrenalina de fazer algo errado e temer ser flagrado, a curiosidade de saber quem serão o rei e a rainha do baile, a tensão sentida quando o colega é envergonhando na frente de todos... Tudo no episódio transmitia essas sensações.
Como é delicioso ser jovem e achar que a vida se resume a apenas estas coisas! O baile é o auge da vida de um adolescente. É lá que ele vai se portar como adulto, testar sua popularidade, alimentar o seu ego, experimentar sua sexualidade. Tudo tão frívolo, tão superficial, tão leviano, tão... absurdamente juvenil!! A vida é tão gostosa quando não se tem noção do que ela realmente representa!
Cenas marcantes de bailes de formatura em filmes juvenis: "Meninas Malvadas", "Nunca fui beijada", "Dez coisas que odeio em você" e "Correndo atrás"
O filme "Nunca fui beijada" retrata muito bem esta situação. No colégio, o adolescente quer se definir, quer descobrir quem é, e acima de tudo, quer se auto afirmar perante os colegas, e faz isso assumindo algum papel, nem sempre voluntariamente: o nerd, a gostosa, o popular, o fodão, o excêntrico... Rótulos, enfim. Mas, e quando a escola termina? E quando chega a hora de encarar o mundo? O mundo não é pequeno como a escola. Aquele que se destacou, agora é mais um na multidão. Aquele que era discriminado e ridicularizado, agora também é mais um na multidão, com tantas chances quanto os outros.
Mas quem pensa nisso quando se está ali, no contexto, vivendo a situação, experimentando as dores e delícias de ser quem é? Ah, a ignorância pode ser uma coisa agradável. A vida é tão fácil e divertida quando se vive dentro de seu pequeno mundinho! Estes adolescentes mal sabem o que lhes espera após a formatura: um mundo enorme, difícil, competitivo, com muita gente disposta a te derrubar e dizer não aos seus sonhos. Deixe-os saborear estes momentos enquanto eles ainda os têm... O futuro virá de qualquer forma mesmo.
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