(Continuação do texto "Desabafo pós-sonho")
É... De fato, eu só precisava chorar um pouco.
Na verdade, estou até um pouco decepcionada comigo mesma, por ter deixado de lado o velho otimismo de sempre. Lutei tanto para chegar a este estágio da vida, e logo agora, estresso-me. Eu não devia. Tenho a obrigação de encarar tudo com bons olhos - se não puder ser com leveza, que seja ao menos com alegria.
Vai compensar. A espera, a luta, o suor, os obstáculos, as noites sem dormir... Tudo isto vai compensar. Já está compensando. Tenho aprendido como nunca, esforçado-me como nunca, superado-me como nunca. Tudo isto não é a troco de nada. Um dia, todas as preocupações e atitudes de agora vão dar frutos. E enquanto esse dia não chega, aprecio a beleza e os benesses da plantação. Feliz, porque tenho perspectivas, porque luto para algo melhor, enquanto tantos mal têm essa oportunidade.
Feliz, porque tenho condições de buscar o que realmente desejo...
... Feliz, porque tenho saúde, e estou viva.
Não posso esmaecer. Eu não vou esmaecer. Vou continuar sendo forte, e batalhando, e buscando. Claro, preciso me dar o direito, às vezes, de relaxar um pouco e procurar aquilo que me conforta a alma. Mas depois, volto à luta. Porque se é ela que me fez chegar onde estou, também é ela que me fará chegar onde quero estar.
Invernos, impérios, mistérios
Lembranças, cobranças, vinganças
Assim como a dor, que fere o peito,
Isso vai passar também...
E todo o medo, o desespero, e a alegria
E a tempestade, a falsidade, a calmaria
E os teus espinhos, e o frio que eu sinto
Isso vai passar também...
Saudades, vaidades, verdades
Coragem, miragens,
E a imagem no espelho
Como a dor que fere o peito,
Isso vai passar também...
(Sandy, "Tempo")
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