terça-feira, 25 de outubro de 2011

"A gifted man": os débitos morais de todos nós



Assistindo à nova série "A gifted man" (em tradução literal: Um homem com um dom), sempre penso que a série bem que poderia se chamar "An indebted man" (Um homem endividado).

O protagonista, Michael Holt, é um neurocirurgião de sucesso que vê sua mediunidade sendo aflorada, lidando com constantes aparições do Espírito de sua ex esposa, a também médica Anna. Este fato faz com que uma série de novos problemas venham bater à sua porta: Anna dirigia uma clínica de saúde familiar para famílias carentes em um bairro dominado por imigrantes latinos, e com sua morte, a situação da clínica desmorona. É claro que ela vem pedir socorro ao ex marido.

Michael tem uma vida atribulada, mas financeiramente confortável. É um excelente profissional, mas praticamente não possui vida pessoal desde que se divorciou, e também foge do papel de tio - possui um sobrinho problemático e uma irmã desequilibrada, mas evita envolver-se. Neste contexto surge a figura de sua ex mulher, convocando-o a ingressar em um mundo de problemas, convite este que ele hesita em aceitar, mas acaba sempre cedendo, seja em razão da insistência de Anna, ou em razão de sua própria consciência. 


É inevitável: a cada vez que precisam de sua ajuda na Clínica Sanando, em um primeiro momento ele tenta se esquivar, pois teoricamente, não é um problema seu; porém, no fim de tudo, sua consciência pesa e ele resiste.

A verdade é que, muito embora não se possa dizer que a vida de Michael seja exatamente tranquila, ele não quer sair da sua comodidade para ingressar nesta nova situação, que o obriga a fazer coisas diferentes das que ele está acostumado a fazer. Mas não adianta tentar ignorar a Clínica Sanando... Por um motivo ou outro, não somente a sua ajuda e seu trabalho estão sempre sendo requisitados, como também, e principalmente, sua boa vontade, solidariedade e humildade. Não são características das quais ele costuma lançar mão em seu trabalho no centro de neurocirurgia. 

A verdade é que, na vida, é inútil tentar fugir das nossas dívidas. Quando temos um débito para com algo ou alguém, em razão de faltas ou compromissos feitos nesta vida ou em outra, o mais sensato a fazer é encará-los de frente, e trabalhar nisto. 

Esquivar-se é tolice... Hora ou outra, o problema vai voltar, e seremos novamente colocados cara a cara com a oportunidade do nosso resgate. Ignorar, até quando? Prolongar a responsabilidade ad eternum; para quê? Nenhuma conta fica pendurada no acerto geral do universo... 




De Ânimo Forte

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação." - Paulo. (II TIMÓTEO, 1:7.)
Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.
Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.
A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.
Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?
Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.
Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.
Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?
Nesse caso. temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos d'Ele para a eterna melodia do bem no mundo.
Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranqüilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?
Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 31. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

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