terça-feira, 11 de outubro de 2011

Todos os lados de uma mesma pessoa

Eu sou mais do que o único lado que mostro em cada contexto da vida. Sou mais do que aparento ser para você, para ele, para ela, para eles. Não necessariamente melhor, mas mais. Definitivamente não sou só isso.

Pintura de Sarah C. Harrell
Com certeza tenho outras qualidades, ademais daquelas que ficam expostas em determinadas ocasiões. E mesmo até outras características, outros traços da minha personalidade, não exatamente muito bons, mas que fazem parte de mim e que não são vistos. Ou que eu não mostro. Ou não tenho oportunidade de mostrar. Ou que as pessoas não vêem.

Gostaria que conseguissem me enxergar como a completude de todas as coisas que eu sou, que eu sei, que eu gosto, que eu admiro, que eu já consegui, que eu ainda pretendo conseguir na vida.

O fato é que, em cada situação da vida, somente temos chance de apresentar uma versão de nós mesmos... Sim, porque sendo tantas coisas e expondo apenas algumas, aquilo que expomos não é o nosso verdadeiro eu, mas sim, uma versão minimizada de nós próprios. 

Convivendo com tantas pessoas, inseridos em tantos contextos, fazendo parte de tantos grupos e envolvidos sempre em tantas coisas, fica quase impossível fazer com que todos nos conheçam inteiramente como somos. 

Cada um tem contato com o nosso lado que se deixa transparecer de acordo com a situação. Os outros lados permanecem escondidos. Cobertos. Estão ali, conosco, porque fazem parte de nós, mas não aparecem. 

Provavelmente, com um evento propício, estas nossas particularidades viessem à tona. Às vezes, tudo que falta é uma palavra, um detalhe, um momento. Mas nada disso vem... E então tudo aquilo que somos, tudo que poderia ser mostrado, tudo que talvez fosse capaz de fazer com que parecêssemos pessoas mais incríveis ou até mesmo desprezíveis, tudo isso, permanece às ocultas... Como se fossem segredos guardados por nós... Ou (quem sabe?) segredos que adoraríamos contar, mas ninguém parece querer ouvir. 

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