segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os olhos mentem?


Minha preferida, Barbara Stanwyck, certa vez disse que “os olhos são os melhores instrumentos em um filme”.

Dizem que os olhos não mentem e que qualquer verdade ou mentira pode ser descoberta no olhar de uma pessoa. Mas e quando essa pessoa possui o total domínio de seus olhos? Qual recurso nos resta para descobrir a veracidade de suas emoções?

Pensando nisso, lembrei-me da cantora Anahi, ex-membro do grupo mexicano RBD. Quando assisti ao primeiro DVD do grupo, fiquei impressionada com sua performance de “Salvame”. A música tem uma atmosfera muito melancólica, com uma letra tristíssima e uma combinação de melodia com acordes mais tristes ainda. Ao cantá-la, Anahi demonstrou tanto sofrimento que me convenceu de que realmente se identificava com as palavras que cantava. 



Foi quando vi suas performances em outros shows e DVDs: a tristeza nos olhos de Anahi continuava a mesma. Não era possível que, mesmo depois de ter cantado essa canção por inúmeras vezes, ela continuasse sofrendo tanto. É, tudo não passou de atuação. Fui enganada por uma excelente atriz. Mas foi válido, a performance de Anahi tem tudo a ver com “Salvame”, acrescentou à canção o elemento visual e retratou muito bem todo o desespero que o compositor provavelmente sentia.


Em todas estas imagens, Anahi estava cantando "Salvame"... Reparem nos olhos!

Só de olhar fico irritada...
Lembrei-me também de Reynaldo Gianecchi e de como ele está convincente em seu atual papel, o Fred da novela “Passione”. No início da carreira dele, houve quem apostasse (incluo-me aqui, pelo que me lembro) que ele não teria muito futuro como ator, que não tinha talento verdadeiro, que não passava de mais um rostinho bonito na TV... Pois bem, o tempo passou e ele cresceu bastante.

Particularmente, acredito que ele está tendo um desempenho muito bom na novela, e digo isto baseada na irritação que ele me causa sempre que aparece em alguma cena. Mal precisa escutar o que ele diz ou ver o que faz, basta fixar-me em seu olhar cínico e repugnante e logo fico irritada. Toda a essência do personagem está ali, nos olhos dele.




Outra vez em que fui convencida (ou enganada?) por um olhar foi ao assistir o videoclipe “Do you know”, do cantor Enrique Iglesias. É o meu favorito de Enrique. Não sei se ele realmente sentia aquela emoção que me passou ou se na verdade leva jeito para ser ator. Bem, se a situação cantada não tinha nada a ver com a vida dele, então realmente creio que há para ele uma chance promissora no mundo dos filmes!

A letra de “Do you know” fala sobre uma pessoa que, após anos ao lado de alguém, é abandonado de forma insensível e cruel, com ênfase no fato de que o término foi completamente inesperado; ou seja: em um dia tudo são flores, e no outro o mundo desaba.


O videoclipe mostra Enrique em duas situações, ambas envolvendo amores mal resolvidos. Na segunda parte é que o olhar de Enrique me parece mais convincente: sofrido, fraco, humilhado, inconsolável. Eu podia jurar que ele e Anna Kournikova tinham terminado e “Do you know” era para ela! Mas até onde sei, eles continuam juntos e nem foi Enrique quem escreveu a canção.

Não parece assustador que uma pessoa seja capaz de forjar emoções por meio do próprio olhar? Como saberemos com quem estamos lidando? De que maneira poderemos descobrir se estamos ou não sendo ludibriados?

O ser humano é tão fantástico quanto complicado... Ou seria complicado justamente por ser fantástico? Ou o contrário? 

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