Já vi muitas pessoas, famosas inclusive, dizendo que preferem se arrepender das coisas que fizeram, do que das coisas que deixaram de fazer. Esse pensamento me acompanhou por muitos anos, em especial porque já deixei passar muitas oportunidades na vida - pequenas, até fúteis, mas de qualquer forma eram oportunidades. Hoje, todavia, encontrando-me um pouco mais madura que outrora, tenho um posicionamento totalmente diferente.
Desprezo o impulso. Sei que na vida é preciso arriscar, mas toda decisão precisa ser pensada. Quem age sem pensar desperdiça aquilo que o ser humano tem de mais precioso, aquilo que o diferencia dos demais animais: a razão, o raciocínio. Pior ainda quando se age motivado por um impulso, um instinto (que, por sinal, é o que move os animais irracionais), ou como se prefere dizer, "pela vontade". Ah, a vontade... Tão intensa, mas tão traiçoeira!
Sinceramente, acho tolice agir sem pensar no amanhã, tomar decisões apenas por "querer", por "estar com vontade". A vontade é efêmera, e como tantas outras efemeridades, é burra. Ela chega, toma conta de você, sem motivo, sem porquê, e fica te atormentando até que você ceda a ela... É um teste. Fraco é quem não resiste.
O que você deixa de fazer, pode fazer outro dia. Outra oportunidade virá, ainda que não seja nesta vida. Mas o que você faz fica para sempre. Não se pode apagar.
E quanto aos que reprimem algo que tinham vontade de fazer, e passam a vida toda pensando em como teria sido? Bem, se esse sentimento realmente acompanhar a pessoa por tanto tempo assim, então não era vontade. Era algo maior, real. Provavelmente um verdadeiro sentimento, e não apenas um impulso.
Se era mesmo vontade, não vai ser problema. Porque vontade passa. Alguns anos depois, você vai se flagrar rindo de si mesmo, "onde eu estava com a cabeça para querer uma coisa dessas?". Mas se você fez, sem pensar nas consequências, sem se importar com o sentimento alheio... Essa é uma cruz que precisará carregar.
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