domingo, 24 de abril de 2011

Drogas: é melhor atacar na base ou no topo?

Como se não bastasse a dependência psíquica e química e todos os demais problemas de saúde causados pelo uso de drogas, os problemas de ordem social são ainda maiores. O tráfico e os crimes cometidos pelos usuários, no intento de conseguir dinheiro para sustentar o vício, têm constituído um dos maiores problemas a assolar o Brasil e vários países da América Latina, além de ser também um dos problemas de mais difícil resolução.

Como combater o tráfico de drogas? Como frear o crescimento dos cartéis e facções criminosas? Como garantir proteção às fronteiras, de modo a evitar a passagem de drogas de um país para outro? Como desestabilizar a estrutura montada nas favelas, onde o comércio clandestino de drogas já constitui a base da economia local?
 
Muitos procuram respostas para estas perguntas: famílias, sociólogos, autoridades políticas e legislativas, organizações não governamentais... As drogas são um problema de todos, e ninguém sabe exatamente o que se pode fazer para solucionar isso. É mais conveniente atacar por cima ou na raiz do problema? Não é de todo útil tentar destruir as grandes organizações (máfias, praticamente!) responsáveis pela existência e manutenção do tráfico enquanto ainda houver um usuário que dependa delas para conseguir sua droga de cada dia; todavia, por outro lado, de nada adianta prevenir os cidadãos sobre os malefícios do consumo de droga enquanto ainda houverem cartéis e redes que geram violência e medo nas comunidades.

Eu entendo que a origem do problema, a matriz mesmo, é o uso. Era uma vez alguém que usou e tornou-se dependente... E a partir daí formou-se toda a rede problemática. E a cada novo usuário, que vem a viciar-se, aumenta um elo na cadeia, e mais pessoas precisam se mobilizar para manter o comércio ilegal.

Tudo isto sem mencionar os tratamentos médicos e psicológicos para os dependentes: o que fazer com eles?

Prevenir contra o uso, reprimir o tráfico, tratar dos dependentes: é problema demais para o Estado resolver. Claro que isto não justifica a falta de ação e de elaboração de planos, projetos e políticas públicas para, ao menos, tentar suavizar a situação; mas ainda assim... Por onde começar? Alguém sabe? Alguém tem alguma ideia de algo que possa, pelo menos, constituir um primeiro passo?

O problema já está desenvolvido demais para que qualquer iniciativa seja plenamente eficaz. É como um câncer em estágio terminal. O que não significa, entretanto, que devemos cruzar os braços e permanecer inertes. Algo precisa ser feito, nem que seja para surtir efeitos de dimensão pequena. 


Enfim... O assunto rende, é interessante, pode ser explorado sob diversos ângulos e não pode mais ser ignorado, tendo em vista a realidade de nosso país e nossos vizinhos latinos. Com base nisto, escolherei alguns enfoques que me interessam para postar, em breve, outros textos relacionados às problemáticas relacionadas às drogas, no Brasil e na América Latina.

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