quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Antiguidades e relíquias: o fascínio pelo passado

Como já havia dito, há algo no passado que exerce um grande fascínio sobre mim, tanto o passado que eu vivi quanto as décadas que não vivenciei - ao menos não nesta vida, provavelmente em alguma passada.

Tudo que é antigo me fascina. Adoro a sensação dos registros em preto e branco, sejam fotos ou vídeos; interesso-me pelos livros velhos e por tentar adivinhar tudo que aconteceu enquanto as páginas amarelavam, com o passar do tempo; e mesmo as coisas que não são tão antigas, coisas de um passado recente. O que me encanta de verdade é tentar reproduzir a sensação que estas coisas causavam à época em que eram recentes, tentar recriar o sentimento, a atmosfera, o contexto.

Não é que eu não me contente com o presente e com tudo que ele me oferece; sou grata por tudo e também tiro proveito das coisas modernas. Ainda sim, o passado é intrigante simplesmente porque não volta. Exauriu-se naquele momento, jamais haverá sensação igual. Por mais que nos lembremos perfeitamente de algo ou possamos ler um livro de história minucioso, ainda sim não teremos uma noção completa de como tudo ocorreu. Ainda que reunamos as mesmas pessoas, vestidas com as mesmas roupas, num mesmo lugar, para tentar recriar um momento do passado, não será a mesma coisa.


Agradeço por ter tido a oportunidade, desde muito novinha, de me apaixonar pelos filmes dos anos 30 e 40, de conhecer a boa música que foi feita muito antes de eu nascer, de estudar sobre as produções literárias que tiveram lugar no Brasil (e também em outros países) em anos passados. Há um legado tão enorme de cultura e arte a ser explorado! E ele só aumenta, porque a cada dia vão surgindo novas produções.

Quando chegarem meus filhos, meus netos e os jovens das próximas gerações, o legado será tão enorme que eles provavelmente não terão nem tempo de conhecer tudo (isto se tiverem interesse e paciência também, pois infelizmente a tendência é que os jovens sempre menosprezem o patrimônio de seus antepassados).

Espero que encontrem sempre maneiras de manter viva a obra dos que já se foram ou dos que já tiveram seu apogeu; eu, pelo menos, também tentarei encarregar-me disto.

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