quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os problemas dos jovens


Cansei-me de ver, quando era criança e adolescente (já não posso mais ser considerada assim), adultos fazendo pouco caso dos problemas dos mais novos.
Lembro-me de adultos que perguntavam aos jovens o motivo de estarem tristes, no que os jovens respondiam: “Estou com alguns problemas”, e em contrapartida ouviam: “Mas que tipo de problemas alguém da sua idade pode ter? Problemas tenho eu, que trabalho, sou casado, tenho filhos para sustentar”.
Não deixa de ser verdade; a vida de adulto traz responsabilidades com as quais às vezes temos dificuldade para lidar; aliás, quase sempre. Mas isso não quer dizer que uma pessoa jovem não possa sofrer, ter problemas, sentir dificuldades também.

É tudo uma questão de parâmetros: o que é difícil para uma criança é fácil para um adolescente, e o que pode ser um problema na vida de um adolescente pode não ser nada na vida de um adulto. Na medida da maturidade de cada um, há problemas maiores ou menores.
E há o outro lado também: algumas pessoas, desde muito cedo, vivenciam coisas realmente árduas. Seria demais para qualquer um aguentar; mais ainda para uma pessoa com tão pouco tempo de vida.
Subestimar os problemas dos outros é sempre um erro, em primeiro lugar porque não fazemos ideia das coisas pelas quais a pessoa está passando; e em segundo lugar porque tampouco temos noção do quão fortes são os ombros da pessoa – às vezes a cruz é pesada demais.
De qualquer forma, vale anotar que eu acredito que Deus nunca nos dá fardos mais pesados que o peso que conseguimos suportar.

É importante fazer estas reflexões porque eu também estou entrando na idade adulta (okay, confesso, já entrei, mas é difícil se acostumar com isso, hehehe), e caso não me policie, posso acabar também fazendo esses julgamentos errados... exatamente da maneira que abomino. 

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