Eu sou daquela época em que as meninas mantinham cadernos nos quais as amiguinhas escreviam mensagens bonitinhas. Lembro-me de uma frase que uma colega me escreveu uma vez: “As pessoas que mais amamos são as que mais nos decepcionam, pois queremos que sejam perfeitas e esquecemos que são humanas”.
É uma frase de caderninho, mas faz todo o sentido. Tenho pensado nisso ultimamente, em especial no que diz respeito ao amor fraterno, relativo à família ou aos amigos.
É muito difícil aceitar que uma pessoa tão amada por você possa ser tão diferente do que você gostaria que ela fosse, ou do que você sabe que ela poderia ser. Quando amamos muito, desejamos o melhor para o destinatário do nosso amor, e isso faz com que às vezes esperemos que ele seja algo que não é, que não quer ser, ou que ainda não tem condições de ser. Criamos expectativas, desrespeitamos suas características e vontades, e ignoramos que cada um possui livre arbítrio.
É normal querer o bem de alguém que amamos, mas precisamos entender que não é possível moldar a personalidade alheia – ou pelo menos, não se pode fazer isso para sempre. Até um certo ponto, podemos exercer grande influência sobre outrem, mas há um limite, e este limite se chama identidade própria. Cada um tem a sua.
Ao que ama, resta demonstrar esse amor à pessoa amada, estender a mão quando for preciso e ainda sim ajudar a pessoa a melhorar cada vez mais, reconhecendo que também pode melhorar junto com ela (posto que é este o objetivo do verdadeiro amor, como eu já disse numa postagem anterior); aconselhar, mas sempre com respeito; e, tendo aprendido a respeitar, não deixar de desejar o melhor, de desejar sucesso e torcer para que encontre seu caminho.
Esta é uma das maiores e provavelmente mais difíceis lições que precisarei aprender quando for mãe.
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