"No vosso mundo, tendes necessidade do mal para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde. Lá, esses contrastes não são necessários. A eterna luz, a eterna bondade, a paz eterna da alma, proporcionam uma alegria eterna, que nem as angústias da vida material, nem os contatos dos maus, que ali não tem acesso, poderiam perturbar. Eis o que o Espírito humano só dificilmente compreende. Ele foi engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas jamais pôde representar as alegrias do céu. E isso por que? Porque, sendo inferior, só tem experimentado penas e misérias, e não pode entrever as claridades celestes. Ele não pode falar daquilo que não conhece. Mas, à medida que se eleva e se purifica, o seu horizonte se alarga e ele compreende o bem que está à sua frente, como compreendeu o mal que deixou para trás."
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo III, item 11)
Às vezes me surpreendo ao pensar no quanto somos pequenos, enquanto seres humanos. Tudo que sabemos, ou pensamos saber, é, na verdade, uma dimensão bem reduzida das verdades que realmente existem.
Temos uma percepção tão grosseira da verdadeira felicidade... Os prazeres com os quais nos deleitamos estão, na verdade, em uma escala muito pequena, em relação aos verdadeiros gozos! Nossos sentimentos, dos quais tanto nos gabamos, não passam de uma versão dos sentimentos mais superiores, uma versão adaptada à nossa inferioridade moral.
Este mundo inteiro é uma projeção muito minimizada dos mundos superiores.
É engraçado pensar em como todos os sentimentos que nutríamos há anos hoje nos parecem preencher o ego com tão mais intensidade. E as nossas opiniões? Como mudaram! Há tempos, julgávamos sermos os donos da verdade, mas não passávamos de imaturos cheios de orgulho. Agora, temos certeza de estarmos mais certos que outrora. Que diremos amanhã?
Quanto mais amadurecemos, mais vemos como estávamos enganados; mais nos convencemos de como tudo que nos ensoberbecia era tão menor e mais superficial do que as coisas que agora nos acometem.
E a verdade é que, mesmo ao fim desta vida, quando estivermos no auge de nossa maturidade, ainda estaremos tão distantes das verdades divinas! Mas não nos enganemos: elas estão ao nosso alcance. Basta que estejamos dispostos a progredir o suficiente para merecer compreendê-las.
2 comentários:
Olá, Ana, li que gosta de cinema clássico. Vai se sentir em casa no meu O Falcão Maltês. Apareça. Abraços,
O Falcão Maltês
Por acaso descobri seu blog, e gostei demais do estilo dos posts.
Mesmo sendo totalmente pessoais (Seus!) eu me identifiquei bastante.
Voltarei mais vezes.
Bjs
Postar um comentário