Créditos da imagem: Olhares Fotografia Online "These streets will make you feel brand new... Big lights will inspire you!" ("Empire state of mind", Jay-Z & Alicia Keys) Dia 08 de novembro foi o Dia da Urbanidade. Desconhecia essa data, como ainda desconheço a sua necessidade; mas de qualquer forma, aproveito a ocasião (já passada) para falar do quanto aprecio a vida urbana e de como consigo ver poesia nela, apesar de tudo. Desde muito pequena, sempre preferi a cidade ao campo. Conforme fui ficando mais velha, acabei encontrando minha justificativa - se bem que não passa de uma "desculpa", mas ainda assim faz sentido. A natureza é linda, claro, e eu até compreendo que as pessoas associem-na à paz, ao sossego e à tranquilidade. A paz deve partir de dentro, primeiramente; é preciso cultivar a paz dentro do espírito; entretanto, estas atitudes constituem, nos dias de hoje, quase um desafio. A humanidade nunca foi tão atormentada com tantos problemas de diversos tipos, nunca se viu tão vulnerável às fraquezas de ordem psicológica; portanto, às vezes, procurar a paz no mundo à nossa volta pode ser uma boa alternativa – em alguns casos pode ser até a salvação. Todavia, o excesso de calmaria transmitido pelas paisagens naturais não me é tão confortante quanto os ruídos das cidades, por mais absurda que esta afirmação possa parecer. Observar o cotidiano da cidade me passa uma forte ideia de que está tudo certo, tudo okay. Ver tanta ação acontecendo só me faz chegar a uma conclusão: o tempo não para. E tudo isso funciona ainda mais quando estamos tristes ou sem força para seguir em frente. Uma mãe atravessa a rua, apertando a mão de seu filho, a fim de levá-lo à escola. Ele precisa estudar e ela o está levando para fazer isso. Os vendedores estão dentro de suas lojas tentando vender seus produtos. Os consumidores estão andando de loja em loja, procurando o produto que lhes saia mais em conta. Os garis varrem as ruas, os eletricistas consertam a fiação, os mototaxistas transportam seus clientes. As pessoas estão trabalhando, fazendo o que devem fazer. O tempo está correndo. A vida está acontecendo. O mundo não parou apenas porque aconteceu um problema em minha vida. Tudo continua. A vida continua. E eu também devo continuar. |
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Consolo urbano
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