Nesta minha saga de férias, nas quais ando assistindo a muitas séries de TV, um tema tem sido o centro de muitas coisas: a influência e as consequências do período escolar na vida de uma pessoa.
Entre tantas resenhas que me levaram a querer baixar a série Undeclared, li esta, escrita por Guilherme Peres no site “Apaixonado por Séries”:
Judd Apatow não é um cara de sorte quando o assunto é televisão. E eu não FAÇO IDEIA do porquê.Freaks and Geeks talvez não tenha dado certo porque a maioria dos americanos não gosta muito relembrar dos momentos traumáticos do high-school… Mas Undeclared joga por um lado completamente diferente. É o ínicio de uma nova fase, o começo da faculdade, e apesar de a série provar que você não consegue mudar muito quem você era, a vida nova cheia de liberdades e experiências diferentes retrata um período muito mais otimista e divertido do que o da série anterior. E de quebra o negócio ainda é engraçado DEMAIS. Undeclared leva um tempinho pros personagens ficarem mais à vontade e conquistarem a gente, mas ‘um tempinho’ em uma temporada de 17 episódios de 20 minutos passa voando. O ruim é que você vai se viciando, viciando… E quando menos espera, pronto, a série acabou.
Os grifos são meus; aliás, os grifos são a questão central. É claro que sei da numerosidade de produções (filmes, seriados etc) norte-americanas a respeito do período da high school, mas nunca havia parado pra pensar que deve haver um motivo. O período escolar é importante na vida de todos, mas eu nunca vi muitas produções brasileiras ou de qualquer outro país que abordem-no. Parece uma obsessão americana, e nesta curta resenha eu pude enxergar esse lado: será que os americanos são muito mais influenciados por isto que o resto do mundo? O colegial é realmente tão traumático para eles? Eu adoraria ler mais sobre isto.
Assistindo a série Popularidade (Popular, de Ryan Murphy), tenho percebido um pouco sobre isto. No 5° episódio da primeira temporada, senti muita pena da personagem Carmen, uma gordinha socialmente excluída que sonha em ser aceita, em ser popular. Na tentativa de tornar-se amiga das garotas mais populares da escola, ela as convida para sua festa do pijama, e termina humilhada.
No fim das contas, Popularidade é uma série para se divertir, mas não pude deixar de imaginar a situação de Carmen e lembrar dos meus próprios anos de colégio, e não pude deixar de pensar que coisas assim acontecem todos os dias, e que existem milhões de Carmens por aí.
Também não pude deixar de pensar na questão do bullying, tão discutida hoje em dia. Quão profundas são as marcas deixadas na alma de um adolescente que sofre preconceitos e perseguições? Certamente, mais do que podemos supor.
Lembrei-me do primeiro episódio de Glee, em que a esposa de Will, Terri, diz a ele que seu desejo de liderar o Glee Club é apenas uma tentativa de reviver seus dias de glória no colégio. "Mas eu não sou mais líder de torcida, e você não é mais o garoto de ouro. A escola acabou, para nós dois. É hora de seguir em frente", ela diz.
É, sem dúvidas, o período escolar deixa marcas... Talvez porque seja a nossa primeira experiência coletiva da vida. Deixamos nosso lar, onde estamos cercados de pessoas que conhecemos e amamos, para frequentar uma escola cheia de desconhecidos. Se a convivência já é complicada, fica pior na adolescência, em que todos estamos em busca de nossa identidade.
A questão é muito mais complexa do que parece. Eu poderia escrever dezenas de laudas a respeito, mas prefiro apenas propor a reflexão; e para finalizar, deixar a minha contribuição, inspirada em minha vida pessoal (apesar de que expo-la não é o propósito deste blog): tudo pode ser superado. O nosso passado diz muito sobre nós, mas não nos vincula eternamente. Sempre é tempo de sermos quem realmente queremos ser...
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