segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

(Qual é) O momento certo (?)

Às vezes sinto que a vida parece uma grande preparação para um grande momento que chegará, em um futuro não muito distante; que mesmo os momentos de lazer acabam me obrigando a assimilar algo; que cada coisa que eu faço possui a finalidade de tornar-me alguém preparado para enfrentar o que vai acontecer.   

Gostaria de ser uma excelente mãe... E é fácil desejar isso agora, quando ainda não preciso abrir mão de muitas coisas. Imagino se, quando o momento chegar, terei esse necessário desprendimento à minha própria rotina e aos meus gostos; imagino se conseguirei deixar a mim mesma de lado para priorizar a(s) vida(s) que estará(ão) em minhas mãos. Deve ser uma tarefa muito difícil.

O sentimento de responsabilidade aumenta quando sinto confirmadas as perspectivas que descrevi no primeiro parágrafo deste texto... Partindo do princípio de que cada momento do presente pode mesmo servir como uma preparação para um determinado momento do futuro, eu suponho que, chegado este momento, caso eu não seja forte e altruísta o bastante para ser a melhor mãe possível, caso eu não seja determinada o bastante para colocar em prática tudo que ensaiei, caso eu não consiga transmitir aos meus filhos tudo que guardei dentro de mim especialmente para eles, terei fracassado em minha missão.

Eu sei que, muito embora a maternidade seja a principal e a maior missão na vida de uma mulher que se propõe a isso (ou que simplesmente precisa lidar com isso, mesmo que indesejadamente), ela não é a única forma que uma mulher tem de deixar sua contribuição ao mundo. Ser mãe é uma tarefa e tanto, mas mulheres têm muito mais a oferecer às pessoas. Há exemplos de grandes mulheres que nunca tiveram filhos e ainda assim fizeram muito pela humanidade ou apenas pelos seus companheiros; assim como também sabemos de mulheres que são mães maravilhosas e ainda conseguem fazer coisas maravilhosas por outras pessoas além de seus filhos (nesta segunda categoria eu incluo, com louvor, a minha própria mãe).

Mas mesmo assim, quanto mais penso no peso que a maternidade tem na vida de uma mulher, quanto mais examino minhas convicções religiosas e meus próprios sentimentos, mais vejo o quanto é preciso escolher com cuidado qual o momento certo de ser mãe. Como saberei se estou preparada? E quando esse momento chegar, como terei certeza de que tenho uma bagagem de experiência suficiente para ser a melhor mãe que posso ser?

Quanto tempo leva para que alguém acumule dentro de si todas as coisas que precisa para ser aos seus filhos tudo aquilo que sempre planejou ser? É uma pergunta importante, indubitavelmente. Mas, por outro lado, esperar demais também não é a solução. Não alcançarei o patamar desejado nesta vida, nem na próxima; ainda precisarei de muitas. Adoraria ser perfeita, extremamente culta, extremamente altruísta e paciente, mas isto não é tarefa para uma só existência. 

Nenhum comentário: