quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Quando uma mulher ama

Há trabalhos na carreira de um artista que refletem exatamente a fase pela qual ele está passando.

O casamento é um grande acontecimento na vida de uma mulher, ainda que ela não seja do tipo que sempre sonhou com isto. É um grande passo a ser dado, para qualquer casal, mas eu acredito que tem impactos diferentes na vida de cada um.

Mulheres são carentes e gostam de sentirem-se amadas, admiradas – mesmo as que fazem o tipo “durona”! E isto é muito compreensível. A sociedade exige muito de nós, mulheres. Ademais, por natureza, nossa vida conta com complicações que os homens nem têm ideia. Tudo começa a complicar quando nos tornamos realmente mulheres – e não, não estou falando da primeira menstruação. Refiro-me ao momento em que as pessoas à nossa volta começam a nos enxergar como mulheres, e principalmente, ao momento em que começamos a ter nossas primeiras responsabilidades de mulheres.

Logo na adolescência, sofremos com os hormônios, com a busca pela própria identidade, com a pressão da sociedade para que sejamos bonitas e magras, com os homens (que nesta época ainda são meninos...)...

E  na fase adulta? A pressão é maior, temos que nos desdobrar para dar conta de tudo. O mercado de trabalho espera que nos destaquemos e consigamos competir de igual para igual com os homens. Os homens, por si, querem que sejamos tudo (mãe, mulher, empregada, trabalhadora, boa amante), e que sejamos boas em tudo.

Como dar conta de tudo isso? É preciso muita autoestima, autoconfiança; enfim, é preciso estar sempre de bem consigo mesma para não pirar. E, convenhamos, um namorado/marido carinhoso e companheiro pode ajudar muito.

Por isso tantas mulheres depositam suas fichas no casamento, acreditando de verdade que serão felizes. Ter um homem ao seu lado todos os dias, dormindo na mesma cama e vivendo na mesma casa, supostamente significa que você terá carinho e companhia sempre.

Nem vou entrar no mérito desta questão, pois o texto nem é sobre isto. Quero apenas enfatizar o peso que o casamento ou um relacionamento sério e verdadeiro podem ter na vida de uma mulher. Não à toa, mulheres mudam muito quando esse momento chega. Muitas mudam pra pior, mas de uma maneira geral eu acredito que o casamento, se encarado com sabedoria, pode ser uma ótima oportunidade de amadurecer – mesmo os relacionamentos infelizes.

É perceptível, em algumas celebridades do sexo feminino, a mudança que o casamento ou o "quase-casamento" acarreta. Escolhi, para este texto, falar de dois álbuns que me agradam bastante e que ilustram bem o que eu quero dizer. Curiosamente, ambos foram lançados em 2003.

In this skin”, de Jessica Simpson

Jessica havia acabado de se casar com o cantor Nick Lachey quando começou a trabalhar neste álbum. Eles estavam juntos há 7 anos. Era notável como Jessica estava radiante com o casamento.

Em “In this skin”, Jessica ousou compor pela primeira vez, e mesmo nas canções que não foram compostas por ela, é possível perceber uma atmosfera diferente, repleta de alegria e satisfação. “In this skin” é um álbum que transborda amor.

É impossível não se contagiar com a felicidade de Jessica quando ela canta “With you”, uma canção sobre sentir-se à vontade com o ser amado, sobre encontrar uma pessoa com a qual você pode ser você mesma. Da mesma forma, é emocionante ouvi-la cantar sobre seu medo de perder a pessoa amada, em “Underneath”; ou sobre como ela se sente realizada em saber que pode olhar todos os dias para o rosto do homem que ama, em “Everyday see you”; ou ouvi-la fazendo juras de amor em “I have loved you” (vídeo abaixo). Também é muito tocante ouvi-la fazendo planos sobre filhos e um futuro juntos, em “Be”.   



Eu também vejo “In this skin” como o álbum mais maduro da carreira de Jessica Simpson, até aquele determinado momento, ou seja, em comparação com os dois álbuns anteriores. Se antes Jessica parecia preocupada em ser uma estrela pop, em “In this skin” sua única preocupação era expressar tudo que sentia.

“Sweet kisses”, de 1999, e “Irresistible”, de 2001, também são ótimos álbuns para qualquer amante de música pop, e ambos possuem baladas de amor lindíssimas, mas mesmo assim, “In this skin” é o álbum mais romântico de Jessica. Ela realmente amava seu marido, e aquela foi uma fase linda para os dois: eles estrelaram um reality show na MTV que mostrava sua vida de recém-casados, e fez muito sucesso. As coisas também estavam boas para Jessica: não obstante sua grande felicidade, “In this skin” foi seu álbum de maior sucesso.

É uma pena que o casamento tenha terminado...



This is me... then”, de Jennifer Lopez

Jennifer Lopez estava noiva do ator Ben Affleck quando este álbum foi lançado. O casal não tinha sossego e vivia rodeado de paparazzi, mas apesar disso, eles pareciam ser muito felizes juntos.

À primeira vista ninguém diria que o álbum “This is me... then” seria tão romântico. O primeiro single, “Jenny from the block”, é um hip hop dançante no qual Jennifer fala de suas origens. “All I have”, segundo single, era mais lentinha mas certamente não dizia respeito à vida da cantora, pois falava de uma mulher que abandona o lar por ser maltratada. Mas aí veio “I’m glad”, e ele despertou a minha curiosidade pelas demais faixas do álbum.


Muito embora “I’m glad” seja razoavelmente agitada e Jennifer Lopez apareça dançando no clipe (inclusive, ela faz uma menção ao clássico filme “Flashdance”), a letra da canção fala sobre encontrar a pessoa certa. Fala sobre a admiração que uma mulher sente por seu homem e pela alegria que ele a proporciona mesmo em momentos pequenos, como andar de mãos dadas.

A quinta faixa do álbum é a mais pessoal de todas: chama-se “Dear Ben” (“Querido Ben”). A letra da canção não poderia mais direta: “I love you / You’re perfect/ A manifestation of my dreams” ("Eu te amo / Você é perfeito / Uma manifestação dos meus sonhos").

Mas a minha predileta é “The one”, um rhythm and blues meigo em que Jennifer expressa seu desejo de ser aquela pessoa que sabe tudo sobre o ser amado, aquela que ele coloca acima de tudo, aquela que representa para ele tudo que ele também representa para ela.

Na segunda faixa do álbum, “Again”, Jennifer jura lealdade e amor eterno, em gratidão pela paz que Ben trouxe a sua vida. O último single a ser lançado, “Baby I love you”, também é uma declaração de amor a ele.


Infelizmente, assim como ocorreu com Jessica e Nick, o relacionamento de Ben e Jen não deu certo... Eles nunca chegaram a se casar, de fato.

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