Em meados de 2003, época em que eu passava boa parte das minhas tardes escutando a Rádio SKY (o famoso canal 300 da operadora de TV a cabo SKY – através dele conheci vários artistas ótimos dos quais sou fã até hoje), acabei me encantando com uma baladinha entitulada “Secret smile”, de uma banda que eu nunca tinha ouvido falar, uma tal de Semisonic.
Como eu costumava fazer, joguei o nome da banda em um site de buscas da Internet – não me lembro qual, mas com certeza não era o Google; creio que nem existia Google nesta época, ou se havia, ainda não era muito popular. Acabei descobrindo que Semisonic era uma banda que já havia lançado dois álbuns por uma gravadora; havia outro(s) independente(s), se não me engano, mas nunca cheguei a ouvi-los. Ainda não era muito conhecida no Brasil, e infelizmente até hoje não é. Este talvez tenha sido um dos motivos que me levaram a adorar tanto a banda... Em minha vida, a tendência é que eu fique mais obcecada pelas coisas difíceis de conseguir, do que pelas fáceis – okay, nem sempre, mas isso acontece com muita frequência. Porém, é claro que não virei fã só por isto. O som do Semisonic também era (é!) incrível, um pop rock bem gostoso e com letras muito boas.
Em janeiro de 2004, em uma viagem para fora do país, tive a oportunidade de comprar os álbuns “Feeling strangely fine” (de 1998) e “All about chemistry” (de 2001)... Tornaram-se um vício!
“Feeling strangely fine” foi o álbum de maior popularidade da banda. “Closing time” e “Secret smile” fizeram sucesso nos EUA, e um relativo sucesso no Brasil. Este álbum é puramente de pop/rock, com ênfase nas guitarras e no violão. Adoro a segunda faixa, “Singing in my sleep”, e também adoro as baladinhas mais lentas, como “California” e “Gone to the movies”, embora também haja canções agitadas muito legais, como “This will be my year” – eu me identificava bastante com a letra.
“All about chemistry” não conseguiu o mesmo êxito do álbum anterior, mas nem por isso é digno de menos elogios. O álbum é maravilhoso! Enquanto “Feeling strangely fine” é mais guitarra e violão, “All about chemistry” tem bastante piano, e isso deixa as canções ainda mais lindas e suaves. “She’s got my number” e “I wish” têm bastante piano – esta última, aliás, tem uma parte instrumental de cerca de 2 minutos no final, e devo dizer, também tem umas das mais tristes e tocantes letras de todo o álbum.
Aliás, todo o álbum é bastante focado nestas questões acerca de relacionamentos, ou a busca deles. A minha predileta é “One true love”, uma balada belíssima que conta com a participação de ninguém menos que Carole King (ela ajudou a composição e também canta). É nesta canção que encontramos a frase mais bonita do álbum inteiro, em minha opinião: “In this world I can see many millions waiting in the sun, so I’d love to believe there’d be one of us for everyone” (“Neste mundo eu posso ver vários milhões esperando ao sol, então eu adoraria acreditar que há um de nós para cada um”). Como se depreende destes versos, “One true love” fala mesmo da busca por “one true love” (um amor verdadeiro).
Destaco ainda “Act naturally”, que é muito linda; “Get a grip”, canção enérgia cujo solo de guitarra me lembra uma velha canção de Eros Ramazotti, não sei qual... Ah, todas são ótimas. Creio que já deu para perceber que este é o meu álbum predileto do Semisonic.
Fitz and The Tantrums é meu mais recente achado e minha nova queridinha (muito embora a banda da minha vida e do meu coração ainda seja e provavelmente sempre será No Doubt – ainda preciso escrever sobre eles...). É a atual preenchedora do posto que tenho em minha vida de “banda pouco conhecida cujos CDs não vendem no Brasil e cuja sonoridade me fascinou desde a primeira vez que escutei”.
Conheci Fitz and The Tantrums muito por acaso, por um triz eu deixei passar este tesouro. A TV estava ligada em um canal que exibia um episódio da série teen “90210” . Na cena, uma personagem andava de bicicleta. Tinha tudo para ser insignificante, não fosse pela música de fundo, uma coisa meio anos 60, uma voz engraçada, com uma acústica estranha, como se fosse uma gravação antiga... Fiquei fascinada (tudo que soa antigo me fascina, como já disse aqui) e logo quis saber mais.
Depois de algumas pesquisas, descobri o nome da canção (“Don’t gotta work it out”), e a achei tão legal que quis conhecer as outras da banda. Logo me identifiquei com a sonoridade da Fitz and The Tantrums, que se inspira nos artistas da antiga gravadora Motown, clássica por ter sido berço da black music e soul dos anos 60. Pois bem, eu adoro a Motown, e basicamente tudo e todos que se inspiram nela me agradam.
Adoro o órgão trêmulo e sombrio dos segundos inicias de “We don’t need no love songs”, adoro a pegada de “Breaking the chains of love”, adoro a energia de “Moneygrabber”... Enfim, adoro todas as canções porque poderiam ter seguramente composto o repertório de qualquer grupo dos tempos áureos da Motown. É como uma vez disse um crítico da revista VEJA sobre a canção “Mercy”, da cantora Duffy (este texto não é sobre ela, mas devo dizer que também amo seu primeiro álbum, “Rockferry”, que bebe da mesma fonte que Fitz and The Tantrums; quanto ao segundo álbum, “Endlessly”, ainda estou escutando aos poucos e aprendendo a gostar. Ah, e devo dizer também que foi justamente por meio da VEJA, na seção VEJA Recomenda, que conheci Duffy): “Mercy faz tanto sucesso agora quanto poderia fazer em 1960” . Pois bem, aposto que o Fitz também faria o maior sucesso se existisse há 50 anos atrás, nos lendários e fascinantes anos 60... Meu Deus, já se passaram 50 anos?
Um comentário:
Olá, tb adoro o FITZ & THE TANTRUNS, q conheci na web por acaso atraves de um blog, o " quem roubou meu ipod?", e desde então me cadastrei no fã club oficial da banda... gostei do SEMISONIC...
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